Por Roberta Faria e Rodrigo Pipponzi*
Não é novidade que diferentes áreas de conhecimento escolham seus conceitos e termos mais usados, o que chamamos de jargão. É muitas vezes a forma mais fácil de comunicar uma ideia, especialmente quando falamos com os nossos pares.
Só que com as carreiras cada vez mais conectadas e interdisciplinares, é preciso conhecer as ideias de várias áreas para se manter atualizado – e quer tema mais atual do que o impacto social?
Por isso, destacamos aqui cinco conceitos-chave da cultura de doação que vale conhecer para colocar em prática na sua organização ou na sua vida. E para quem quiser ouvir todo um alfabeto desse universo, indicamos o novo episódio do podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL.
1. Grantmaking
A prática de grantmaking pode ser feita por organizações da sociedade civil ou pelas empresas, e nada mais é do que o financiamento de projetos sociais já existentes em vez de criar novos e executá-los por conta própria. O grantmaking pode assumir diferentes formas: apoio institucional, criação de editais e chamadas, contratação direta ou cocriação de projetos com organizações da sociedade civil, execução direta de projetos, entre outras.
2. Pledge
O pledge pode ser traduzido como um compromisso de doação, ou seja, você se comprometer a doar parte do seu dinheiro com algumas condições pré-estabelecidas. Um dos pledges mais conhecidos é o Giving Pledge, liderado por figuras como Bill Gates e Warren Buffett, no qual os signatários prometem doar mais da metade de sua fortuna em vida. Até hoje já foram assinados 219 pledges por pessoas de 25 países. No Brasil, temos apenas um signatário: o fundador do Movimento Bem Maior e da Cyrela, Elie Horn.
3. Matchfunding
O match é uma combinação, uma parceria, e o funding vem de financiamento. Ou seja, estamos falando de uma doação que tem na outra ponta uma empresa ou outra instituição que vai dobrar, triplicar ou contribuir com uma porcentagem do valor arrecadado. É o famoso ganha-ganha, o doador contribui e fica ainda mais satisfeito de saber que o valor da doação vai ser multiplicado.
4. Empresa B
Ser uma empresa B significa ser certificada como um negócio que tem responsabilidade socioambiental. Esse é um movimento global, criado nos EUA, que tem como objetivo redefinir a noção de “sucesso” nos negócios e valorizar quem faz a diferença na nossa sociedade. Para ser uma empresa B é preciso passar por um processo rigoroso de avaliação, que constata se a empresa de fato está apta a receber o selo. Integrar o sistema B também é uma forma de ter acesso a uma rede de conexões com as melhores práticas do mundo em termos de impacto socioambiental.
5. Arredondamento de troco
Sabe aqueles centavos quebrados, R$9,90, R$1,99, que sobram das nossas contas? E se você usasse esse troco para fazer uma boa ação? Arredondamento de troco é isso. Há lojas e aplicativos de pagamento que arredondam a compra para um valor “cheio” e convertem o restante em doações – às vezes o seu próprio cartão de crédito pode fazer isso, vale pesquisar. Aos poucos, a doação entra na rotina e não pesa no bolso.
*Texto publicado na coluna Razões para Doar, de Época Negócios, em março de 2021.