Transcrição EP #

Roberta: Em um país com necessidades tão urgentes como o Brasil parece ser mais justo destinar doações a causas como combate à fome, acesso à saúde ou a defesa dos direitos de grupos marginalizados, se não mais justo, mas necessário e urgente. Mas, como disseram os Titãs, “ A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.

 

Fomentar a cultura e a memória é um dos caminhos para reduzir a desigualdade e estimular a cidadania. Afinal, uma sociedade que conhece seu passado, compreende suas origens e tem a chance de reparar os seus erros históricos é que vai pra frente. Para entender melhor sobre isso hoje, nós vamos conversar com a Daniele Torres, museóloga e sócia da Companhia da Cultura, uma empresa que desenvolve projetos culturais e faz captação de recursos, e do Cultura e Mercado, site especializado escola de gestão cultural. 

 

Eu sou a Roberta Faria. 

 

Artur: Eu sou Artur Louback.

 

Roberta: E por que a cultura precisa e merece doação é o tema de hoje no…

 

Juntos: Aqui se Faz, Aqui se doa!

 

Roberta: Está começando mais um Aqui se Faz, Aqui se Doa, seu podcast semanal sobre cultura de doação produzido pelo Instituto MOL, com apoio do Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e da AMBEV, além da divulgação do Infomoney. No dia 18 de Maio é celebrado o dia internacional dos museus e, neste ano, o Conselho Internacional dos Museus, o ICOM, estabeleceu como tema para reflexão “O poder dos museus”, como organização afirma, esses são “Lugares incomparáveis de descoberta que nos ensinam sobre o nosso passado e abrem nossas mentes para novas ideias. Dois passos essenciais na construção de um futuro melhor”. 

 

Artur: De acordo com o Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram, o Brasil tem 3.800 museus, sendo cerca de 1.600 de História e 500 dedicados às Belas Artes. 

 

Roberta: Olha, estou impressionada.

 

Artur: Pois é, mas tem uns que devem ser na casa de alguém. Além desses, há museus de antropologia, arqueologia e outros temas. Pesquisas mostram que o acesso a esses espaços ainda é pequeno se comparado com outras atividades de lazer, ou ainda com outros países. Mas um levantamento feito pelo G1 no primeiro semestre de 2019 identificou um aumento de 61% do público de museus brasileiros em relação a 2018. Será que tem alguma coisa a ver com o Museu Nacional? 

 

Roberta: Talvez, ou também com exposições muito pop’s que geraram muita mídia. Esse cálculo foi feito com base nos dados de 40 grandes museus de todo o país. E entre os motivos para esse fluxo maior estavam: uma reação às discussões sobre cultura em momento de cortes de verbas públicas; mais exposições destacando minorias e grupos antes pouco representados, e a gente sabe como a representatividade atrai conversas e gente querendo se ver; políticas educativas e de inclusão adotadas por essas instituições, tornando as exposições mais acessíveis, e uma “corrida” aos museus após o incêndio no Museu Nacional, que fez muita gente pensar que deveria ter visitado antes. 

 

Artur: Esse caso do Museu Nacional, aliás, foi um dos motivos que fez os brasileiros começarem a debater mais sobre a sustentabilidade dos museus. Nos Estados Unidos, por exemplo, eles contam com quatro fontes de receita diferentes, sendo que a doação privada corresponde à maior parcela: 35%. O restante é dividido entre renda por exposições, ou seja do ingresso vendido; vendas de produtos e aluguel do espaço para eventos; retorno de investimentos, nos casos dos que têm fundos patrimoniais; e suporte do governo. 

 

Roberta: O incentivo fiscal é um importante mecanismo pra fazer as pessoas doarem mais, isso não só no Brasil, mas no mundo. Enquanto o imposto de renda pessoa física dos norte-americanos pode ser abatido em até 50% quando eles fazem uma doação para instituições como museus, no Brasil, o limite do abatimento na lei federal é só de 6%. Mas, ainda existe e pouca gente usa.

 

Artur: E esse assunto nos leva ao termo que a Rafa Carvalho vai explicar hoje pra gente. Diga lá, Rafa.

 

Rafa Carvalho: Oi, gente! Hora do glossário 

 

Hoje a gente vai falar sobre o mecenato cultural, que pode ser definido como: o incentivo à produção cultural, por meio do financiamento de artistas e suas obras. Acho que muita gente se lembra da palavra “mecenas” da escola, você já deve ter ouvido essa palavra. A palavra vem do político romano Caius Mecenas, conselheiro do Imperador Otávio Augusto lá no século I antes de Cristo. O Caius Mecenas ​​vinha de uma família rica e convenceu o imperador de que patrocinar as artes seria uma forma de validar o seu poder junto aos súditos. A partir daí, o Império Romano passou a financiar escritores, escultores e a construção de teatros, anfiteatros e templos. 

 

Nos séculos seguintes, a prática também foi adotada pela Igreja Católica, por banqueiros e comerciantes. Foi graças aos mecenas que artistas como Michelangelo e Leonardo da Vinci, entre muitos outros, puderam se dedicar ao seu trabalho criativo e deixar suas obras para a história. E é por causa desse tipo de apoio que muitos museus e instituições culturais se mantêm no mundo até hoje. 

 

No Brasil, o mecenato é um dos mecanismos estabelecidos pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, a chamada Lei Rouanet, e também por diversas leis estaduais e municipais. Por meio do mecenato, as pessoas físicas e jurídicas podem destinar recursos para projetos culturais, tendo isenção do seu imposto de renda. Esse tipo de doação acaba sendo feito mais por quem doa grandes quantias, mas é importante a gente saber que qualquer pessoa que faz a declaração de imposto de renda na modalidade completa pode ser também um mecenas, igual aqueles que a gente lia a respeito nos livros da escola. 

 

E se você não se encaixa nos requisitos para fazer uma doação via lei de incentivo, isso não quer dizer que não possa ser um apoiador de projetos culturais por outros meios. Existem campanhas de financiamento coletivo por toda parte para ajudar a gente nisso. Vamos nessa?

Eu sou a Rafaela Carvalho e toda semana ajudo a desvendar um termo importante para a cultura de doação. Até mais!

 

Roberta: Valeu, Rafa! A gente tem visto muito debate sobre o patrocínio à cultura, especialmente sobre a Lei Federal de Incentivo. A maioria das críticas é feita por gente que desconhece o funcionamento desse mecanismo. A gente não vai entrar nesse debate aqui, porque esse não é nosso foco, mas recomendamos que você faça uma pesquisa pra entender como funciona não só a Lei Rouanet, mas também as leis do seu Estado e do seu município. Inclusive pra saber se você também pode ser um apoiador da cultura via lei de incentivo e como fazer isso.

Artur: Com a pandemia, o papel da arte ficou ainda mais evidente. E não foram só as lives musicais e os serviços de streaming que ganharam mais audiência. Segundo dados do Google Trends, as buscas por museus virtuais cresceram 50% no Brasil entre maio de 2020 e maio de 2021, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de 2019-2020. Muitas instituições melhoram sua presença digital por conta disso. E houve quem decidiu criar um novo museu justamente pra registrar a memória desse período. 

 

Roberta: A gente conversou com o Fábio Bibancos, que é fundador e presidente da ONG Turma do Bem e está à frente do projeto do Museu Brasileiro da Pandemia. Ele contou como surgiu essa ideia e como estão buscando recursos para viabilizar o museu. 

 

Fábio: O Museu Brasileiro da Pandemia nasce originalmente de um grupo de profissionais da saúde, da educação, da história, das artes, do jornalismo, e acho que especialmente dos direitos humanos, com o intuito de preservar e divulgar a memória da pandemia da covid-19 no Brasil. Como nós lidamos com a pandemia, como nós lidamos com esse momento histórico. Óbvio que a gente tem ênfase nas políticas adotadas nesse período e a capacidade que a sociedade brasileira teve de resistir a isso, de distribuir alimento, de se organizar pra esse enfrentamento, tanto do lado da população que resistiu, que doou e que ajudou, quanto daqueles que negaram, que não tomaram vacina, ou que divulgaram fake news. Enfim, o Museu Brasileiro é pra preservar essa memória. Nós lançamos uma campanha de financiamento coletivo porque nós não iríamos pegar verba pública, porque nesse momento de tamanha polarização no país, nessa dificuldade de leis de incentivo que existe no momento. Nós achamos que ter ali uma verba de um político daria uma característica pra lá ou pra cá, que é o que a gente não queria. Também pegar uma verba de uma empresa, uma empresa assinar, também poderia gerar viés. Então nós escolhemos a Benfeitoria e o caminho da doação da pessoa física, pra que as pessoas doassem 20 reais e todo mundo tivesse envolvido emocionalmente com 700 mil mortes, com esse momento que a gente viveu, e de uma forma que a gente nunca mais esqueça a forma com que a gente lidou com a pandemia. E a gente nunca mais esqueça que no Brasil foi diferente dos outros países, e que existiam outras maneiras de enfrentar uma pandemia.

 

Roberta: No mundo todo a gente vê museus que buscam preservar a memória de momentos difíceis da História. Só pra citar alguns exemplos, existem museus do Holocauto, em diferentes países da Europa; do Apartheid, na África do Sul; do 11 de Setembro, em Nova York. Museus muito dolorosos de visitar, mas que provocam reflexões importantíssimas sobre a dor que os seres humanos são capazes de causar nos outros. Daí a gente entende a importância desse tipo de instituição, que faz a gente refletir sobre como não repetir os erros do passado e como foi permitido que tamanhos absurdos acontecerem. Mas como está sendo essa tentativa de mobilização do público para doar para o Museu da Pandemia? O Bibancos nos contou. 

 

Fábio: A gente tem tido muita dificuldade na captação. Você imagina quantas causas, nós estamos com 150 milhões de pessoas com fome, o país numa crise política, social e econômica gigante, num período em que todo mundo doa pra político. Nós estamos tendo muita dificuldade porque são muitas campanhas de doação, de muitas frentes, todas muito necessárias. Eu acho que a gente tem que falar sobre doar. A gente vai ter que de alguma maneira estar em todas as ações de doação, na maior parte delas. Porque o momento urgente da alimentação, das pessoas, a gente doar nesses lugares, mas a gente doar também pra preservação da memória, e a gente doar pra outras causas. Então a gente tem que ter um budget, distribuir ele aos pouquinhos, mas doar pra várias frentes. Eu venho implorando para que as pessoas doem 20 reais, e não procrastinem, porque 20 reais não vai fazer diferença, e o que nós queremos é muita gente, não é um grande doador, dois grandes doadores. Nós queremos muita gente doando um pouquinho, pra que a gente tenha um grupo bem grande de pessoas que se importam com o que aconteceu, e que se importam com essa memória, e que juntos vamos deixar isso pras nossas futuras gerações. 

 

Artur: Acho que a gente pode dizer que conseguir um grande volume de doadores é o objetivo de toda instituição sem fins lucrativos, né? Isso também ajudaria a evitar questões como o patrocínio de empresas ou de famílias ligadas a negócios controversos, o que daria mais liberdade. Imagina que representa a indústria bélica patrocinando seu museu, você ficaria um tanto limitado a fazer certas críticas ou alguém que tem um passivo ambiental muito grande dando dinheiro para você tratar de algo politicamente correto. E também o chamado artwashing, que é quando empresas investem em arte só pra melhorar a sua imagem.

 

Roberta: É, esse é um tema bem delicado. Mas a gente tá aqui pra apontar os melhores caminhos para a doação. E pra nos ajudar no assunto de hoje, a gente convidou a Daniele Torres. Ela é museóloga, em 2004 criou a empresa de captação de recursos e produção cultural Companhia da Cultura, e desde 2016 também é sócia do Cultura e Mercado, site e escola de gestão cultural. Seja bem-vinda, Dani!

 

Daniele: Muito obrigada” Fico super feliz de ter sido convidada. Sou uma ouvinte, então é muito legal quando a gente pode participar de algo que a gente curte, que eu acho que tem uma utilidade, uma importância super bacana, principalmente para quem trabalha com captação de recursos, então, tô realmente honrada, grata e super feliz de estar aqui hoje com vocês.

 

Roberta:  Dani, quando a gente fala em lei de incentivo à cultura no Brasil, geralmente a gente se refere a empresas patrocinando projetos ou instituições. Mas tanto a Lei Rouanet quanto algumas leis em níveis estadual e municipal permitem a doação de pessoa física. Esse mecanismo tem sido usado como poderia, tanto por quem capta quanto pelos potenciais doadores? 

 

Daniele: Ele não tem sido usado como poderia. Na verdade, as leis estaduais não permitem a doação por pessoas físicas, porque ela é em cima do ICMS, que é um imposto pago mensalmente só pelas empresas. Mas o ICMS tem algo legal de permitir que empresas de menor porte invistam um percentual por mês em projetos sociais, o que é muito interessante. Mas voltando para doação de pessoas físicas, a gente pode, e deve, ampliar o número de doadores. Eu acho que pouca gente sabe que pode investir pelas leis municipais e muitos municípios brasileiros já têm lei de incentivo, como para cultura e esporte, por exemplo.

 

A lei prevê o uso do IPTU, o que abre a possibilidade de pessoas não só quem é proprietário de uma casa, um apartamento, um escritório ou um terreno, mas também quem aluga. Aqui em São Paulo, por exemplo, a lei permite que, mesmo uma pessoa que esteja alugando, mas seja a responsável pelo pagamento do IPTU, ela possa descontar até 20%, ou seja, duas parcelas do IPTU podem ser dedicadas a um projeto cultural. O problema é a falta de informação.

 

Roberta: Caramba! Olha quanta doação eu estou perdendo.

 

Daniele: Então, a gente deve ampliar essa cultura de doação, fazer mais campanhas e informar melhor as pessoas. As pessoas têm a ideia de que o mecanismo é muito complexo ou só para quem paga imposto de renda. Tem muita essa mística que tem que ser rico para doar 6% do imposto de renda. Mas não! Quem tem imposto a restituir pode restituir mais 6%, então a pessoa pode escolher fazer uma doação. É super importante ter essa informação.

 

Roberta: Se tem a sensação de que vai ser tão pouco. Quando ouvimos falar de financiamento de projetos culturais os valores são tão altos para a pessoa física comum, mas, na sua experiência, essas doações menores fazem a diferença?  

 

Daniele: Muito, claro que sim. Eu acho que é muito importante a pessoa sentir que está apoiando uma causa ou uma organização e isso vai fazer com que ela se envolva cada vez mais e com que ela continue, assim, criando uma cultura de doação. 

 

E, para a organização que precisa qualquer valor vai ajudar. As pessoas precisam entender que se ela tem só um pouquinho para doar não tem problema porque esse pouco se junta com outro pouquinho de outra pessoa e isso vira um bolão. Sempre ajuda. E se a pessoa criar esse hábito de doar é ótimo, porque essa é uma questão no Brasil, nós não temos uma cultura de doação, não temos o hábito de doar. 

 

Eu dou aula sobre captação de recursos e sempre a turma quer saber como captar recursos, como fazer as pessoas doarem, como fazer as organizações e empresas patrocinarem os projetos, mas aí quando eu pergunto quem doa de forma frequente e regular. Não vale só o crowdfunding do amigo que foi lançar um CD e você quebrou o galho mandando uma graninha esporadicamente. Quando eu pergunto isso fica todo mundo vermelho, constrangido. 

 

Porque a gente não pensa que mesmo nós, que precisamos buscar pessoas para doarem mais, não doamos regularmente. Criar esse hábito é super importante e ajuda sim, tem sempre impactos positivos. 

 

Roberta: E, antes da gente passar para o próximo assunto, mas para quem, assim como eu, ficou com vontade de doar o seu IPTU, onde podemos buscar essas informações?

 

Daniele: Procurem, principalmente, as secretarias da fazenda de cada município, entrar no site da SEFAZ. Se você já sabe que é uma lei de incentivo à cultura, já procura a secretaria de cultura. Geralmente tem manuais, o de São Paulo não é tão simples, é um pouco burocrático, mas não é uma leitura tão complicada assim. Não é tão simples para quem nunca teve contato com isso, mas é um manual bem didático, se você ler com calma dá para entender, é um guia passo a passo. 

 

Se você não sabe se tem isso na sua cidade entra no site da secretaria da fazenda. Busque informações como incentivo a cultura, doação incentiva, essas palavras chaves que você deve encontrar, muitas secretárias fazem um manual. Além de São Paulo, eu sei que no Rio de Janeiro também tem. Com o manual você aprende como fazer essa doação e destinar esse recurso.

 

Roberta: Agora voltando para a Lei Rouanet. Uma das principais críticas que se fazem, não é de agora, tem a ver com a concentração de recursos. Em 2021, 78% do dinheiro captado ficou na região sudeste, enquanto a região Norte teve menos de 1% dos recursos. Alguns mecanismos já foram criados para ajudar a distribuir melhor esses recursos por estado, por tipo de organização, por tipo de artes, enfim. Na sua experiência como captadora da cultura, de maneira geral, as instituições culturais fora do eixo sudeste têm mais dificuldade para arrecadar recursos, mesmo que sejam por fontes para além da lei federal de incentivo? E como isso pode ser revertido? A solução é captar fora do seu estado? É necessário conscientizar mais as empresas do seu entorno? O que você costuma orientar?

 

Daniele: Tem várias respostas já na sua pergunta. Elas têm, sim, mais dificuldades porque o PIB do Brasil está no Sudeste, não tem muito jeito. A maior parte das empresas causam impacto em outras regiões, mas estão localizadas no Sudeste. É natural que as empresas queiram investir mais nas comunidades próximas. É legal conscientizar mais as empresas, mas o poder público e as organizações da sociedade civil têm que demandar isso. É importante fazer essa pressão para que as empresas precisem investir em territórios que elas causam impacto, mas isso, de alguma maneira, já vem acontecendo e tem melhorado essa questão. Porém o que, às vezes, acontece, a questão está no próprio proponente. Infelizmente, muitas organizações não sabem trabalhar com os incentivos fiscais, há uma burocracia, não é algo simples para o proponente. Para o patrocinador é muito simples, mas para as empresas têm uma série de documentos e ritos que precisa ter, tanto antes, para conseguir a aprovação, quanto durante a gestão e depois na prestação de contas. Às vezes uma organização consegue, faz um projeto e depois ela não consegue continuar por não prestar contas direito. Tem uma série de questões que eu acho que tem muito a ver com a qualificação e a formação desses gestores da área cultural, e de outras áreas, para lidarem com os incentivos fiscais. 

 

Também é importante fazer um trabalho de qualificação e de informação em relação aos 

aos investidores locais sobre como usar as outras leis, os mecanismos estaduais e municipais. É importante trabalhar com contadores, com os advogados, e etc para que eles possam conhecer os mecanismos, tirar um pouco mito de que são complexos ou de que vai gerar mais auditoria, o que as organizações têm medo. Também se pensa que vai dar muito mais trabalho, o que não é verdade, para o investidor é algo muito simples. Então acho que informação e qualificação é super importante. E aí tanto pros contadores, para quem trabalha do lado de dentro da empresa, quanto para os gestores culturais. Fora do eixo Rio-São Paulo tem uma demanda muito grande de qualificação mais básica para entender o essencial do mecanismo, da gestão e prestação de contas. 

 

Roberta: Quando você fala de captação a gente tem visto, para além das leis de incentivo, grandes museus, como o MASP, a Pinacoteca, Museu do Amanhã, criando programas de apoio à pessoa física com benefícios, como entrada gratuita e ilimitada, eventos exclusivos, descontos em cursos e produtos, que é algo que se faz há muito tempo lá fora. Também vemos campanhas de financiamento coletivo em outras instituições, entre outras iniciativas, por exemplo. Você tem visto outras formas de captar recursos de pessoas físicas para instituições culturais que te chamaram atenção por serem inovadoras? Conta pra gente o que tem tido de novidade por aí. 

 

Daniele: Pergunta de prova essa. É recente no Brasil essa história de contar, de uma forma mais expressiva, com a captação de recursos pessoa física, que é algo que o terceiro setor faz há muito tempo e as instituições culturais trabalhavam menos isso, buscando mais os patrocinadores, recursos governamentais ou doações de organizações internacionais. As grandes organizações, que costumam ter departamento de captações de recursos mais estruturados, têm buscado diversificar mais as fontes de recursos e tem olhado para pessoa física com mais seriedade, até por conta desses benefícios fiscais que existem. Então eles têm feito um trabalho bem mais intenso nos últimos anos com a pessoa física que eu já acho que é uma inovação. 

 

É muito importante ser criativo no que você oferece como contrapartida, tem que ser atrativo para que o doador invista. 

 

Roberta: Dani, quando a gente fala de empresas ou milionários doando pra cultura, a gente tá falando de um retorno de marca e também de prestígio e influência. Desde que o mundo é mundo pega bem ser um patrono das artes, ter seu nome em uma estátua, em uma ala ou conseguir um camarote, tem um bom retorno. Mas quando a gente fala de uma pessoa que vai lá doar R$15, R$20 ou R$50 pra um projeto ou pra uma instituição, a relação é muito mais próxima. Você escolhe o objeto da sua doação por alguma conexão mais pessoal com aquela causa. 

 

Na prática, quando a gente fala sobre a estratégia de captação de recursos, o que muda no discurso para empresa e para pessoa física comum? Com a empresa imagino que o foco seja contrapartidas, onde eu vou aparecer, o que eu ganho com isso, e para o indivíduo, qual que é esse discurso? Qual a fórmula do sucesso que atrai as pessoas para um uma causa que não é tão comum, que tem menos apelo? Como que a gente traz as pessoas físicas para a cultura? 

 

Daniele: Muito legal essa pergunta. A gente teve muito nos últimos tempos discussões sobre a importância e a desvalorização da cultura. Muita gente fala “Pra que tanto incentivo a cultura? Por que não investir isso em saúde, por exemplo?”. Eu acho que, primeiro, é muito importante que a gente possa demonstrar para as pessoas o quanto a cultura impacta em outras áreas enquanto impacta a educação, a saúde e a redução de violências, por exemplo. Eu fico repetitiva, mas a gente tem o case de Medellín, na Colômbia, mas é um case absurdo. Uma cidade que era extremamente violenta e que teve a redução de 91% no índice de homicídios após a implantação de um programa de cultura. Eles chegaram nesse número, senão me engano, 5 anos depois dessa ação contínua de uma política cultural, que trabalha, principalmente, com música, leitura com bibliotecas comunitárias e programas de incentivo à leitura nessas comunidades, justamente nas mais violentas, dando aos jovens outras oportunidades, mudando o cenário e a cidade foi, cada vez mais, trabalhando a cultura que impactou no turismo, que, por sua vez, gerou recursos, empregos, o que reduziu a violência. Esse é um case de sucesso super falado, e eu acho que é algo que precisamos fazer também no Brasil, pressionar para que entendam que as políticas públicas não são uma competição de recursos, a cultura é um eixo transversal, ela passa por educação, saúde, segurança pública e outros. Quando a gente conseguir mostrar isso com indicadores, vamos conseguir ter mais elementos para pressionar as políticas públicas para isso. 

 

Viajei aqui na resposta, fui lá nas políticas públicas para voltar para o indivíduo. Então, como chegar no indivíduo? Se a gente conseguir convencer essas pessoas de que a cultura é esse eixo transversal que tem impacto, eu acho que agora, depois da pandemia, as pessoas, talvez, estejam um pouco mais conscientes porque elas sentiram na pele que elas iam enlouquecer naquele período de confinamento e a cultura foi uma grande válvula de escape, seja por uma novela na TV, uma série, um livro, uma música, shows por live, tudo isso salvou muito. As pessoas começaram a entender, pelo menos, o impacto da cultura na saúde mental.

 

Roberta: Essa mensagem é maravilhosa. É a nossa missão aqui. Obrigada, querida. Nossa conversa fica por aqui. Tá tudo ótimo, mas agora a gente tem outros assuntos. Vamos para a nossa rodada relâmpago.

 

Daniele: Desafiadora.

 

Roberta Nós vamos fazer 5 perguntas e você responde com a primeira coisa que vier à sua cabeça. Se você é nossa ouvinte, você já está treinada e respondeu elas várias vezes antes. 

 

Daniele: Já estou aqui ensaiando.

 

Roberta: Qual foi a sua doação mais recente?

 

Daniele: Essa é fácil. Eu estava em um festival da ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos) ontem e eu fui abordada pelo pessoal das Aldeias Infantis SOS, foi minha doação mais recente. Mas semana passada também doei para o Povo da Cultura, vocês até fizeram um episódio recentemente sobre doar ou não para política, o Povo da Cultura está se juntando para uma candidatura coletiva, então dei uma força. E doou sempre para o Padre Júlio Lancellotti, ele tem um trabalho incrível, não só doou mas também provoco os amigos a doarem também. 

 

Roberta: Muito bom. Qual é a sua causa do coração?

 

Daniele: Cultura, né? Mas dentro da cultura tem uma causa muito específica que é o incentivo a leitura, eu acho que a cidadania começa com a leitura, isso muda a vida das pessoas, e eu acho que é uma causa que vale a pena investir. Se todo mundo pudesse ler de forma crítica a gente teria uma outra formação. Enfim, dentro das muitas causas da cultura, inclusive Memória e Patrimônio que também é um xodó, mas, pra mim, o incentivo à leitura é uma base extremamente importante para a gente ter uma sociedade melhor, mais crítica, que vota melhor, enfim.

 

Roberta: Sim! E o que você doa e que não é dinheiro?

 

Daniele: Meu tempo. Eu faço bastante trabalho voluntário, todo ano escolho uma organização para usar meu conhecimento sobre captação de recursos e doou meu tempo voluntariamente. Além de ser professora, isso também nunca é por dinheiro, mas para compartilhar conhecimento. Eu organizo minha vida de uma maneira que eu sempre tenha tempo para poder responder perguntas, ajudar alunos e atuar voluntariamente para uma organização que realmente precise de ajuda com os financiamentos. 

 

Roberta: E agora a pergunta mais difícil desse programa. Cite uma organização ou um projeto que você admira e/ou apoia, que mais gente deveria conhecer. 

 

Daniele: Tem muitas. Eu sou muito fã do trabalho da Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), para quem gosta da causa animal, vale a pena seguir, procurar nas redes e apoiar. É um trabalho muito sério e bonito, até pouco conhecido perto de todos os prêmios que eles já ganharam, inclusive da ONU. 

 

Em São Paulo, tem a Associação Beneficente Parsifal, que tem um trabalho lindo com pessoas com deficiência múltiplas, o que é muito raro, porque você tem organizações que trabalham uma deficiência específica ou com uma faixa etária específica, e aí depois que a criança cresce, faz o que? Como que ocupa essa pessoa? Como cuidar dela? É um trabalho muito completo, até para pessoas com deficiência sem diagnóstico. Tem uma turma muito interessante aí por trás. 

 

E tem duas organizações que eu trabalho com elas e que elas ainda são pouco conhecidas, e, uma das questões que eu falo para melhorar a captação precisa melhorar a comunicação, e elas já têm buscado caminhos nisso. É o IPB (Instituto Plataforma Brasil), tem um trabalho ligado aos Direitos Humanos com crianças e jovens, e o Grão da Vida, que trabalha com a base, a primeiríssima infância, trabalhar as crianças com amor, preservar o brincar, a natureza, essa relação é extremamente importante e que vai impactar no restante da vida dela. Existem várias pesquisas que mostram que adultos são adultos e cidadãos melhores quando eles tem uma primeira infância, de 0 a 6 anos, boa. É uma organização bacanisima, pouco conhecida, mas que vem correndo atrás do seu trabalho de campo.

 

Ah! Dá tempo de falar mais uma? A Fundação Energia e Saneamento, que tem os museus de energia, é uma conexão muito legal com a sustentabilidade e com o futuro. Todo mundo precisa conhecer, tem em São Paulo, Itu e Salesópolis. 

 

Roberta: Belas dicas, querida. E agora para terminar, como a maior parte dos nossos ouvintes são da área de captação de recursos, a gente sempre pede essa dica. O que você diz para converter o não doador? 

 

Daniele: Tem uma frase de uma grande captadora de recursos que ela fala que as pessoas não doam porque você tem necessidades, mas elas doam porque você atende as necessidades delas. 

 

Eu acho que quando a gente consegue demonstrar que a gente atua numa causa que é interessante para aquela pessoa, que resolve um problema daquela pessoa ou daquela comunidade/região, e o mesmo vale para a gente fazer a referência também com patrocínio, com a empresa, né? Você vai resolver um problema pra empresa, você vai gerar algum tipo de contrapartida, eu acho que é preciso conhecer bem esse investidor para você poder falar a língua dele, não como falar que você atende uma necessidade do outro se você nem sabe qual é a necessidade do outro, então precisa pesquisar, investigar, conversar e ouvir muito. O captador é muito falador, eu falo muito, vocês estão vendo, mas precisa saber ouvir também e entender a necessidade do outro para que aí você possa apostar.

 

O que um investidor, um doador quer é resolver uma necessidade dele, ele vai investir naquilo que ele acredita, aquilo que ele acha importante, então é isso que a gente precisa demonstrar, mas pra isso precisa ouvir e pesquisar. 

 

Roberta: Muito bom, Dani. Adorei a nossa conversa. Foi um prazer te receber, volte sempre com novidades, novas leis, comentários necessários e esperamos um futuro melhor para a cultura daqui pra frente. 

 

Daniele: Eu amei, Roberta. Obrigada pelo convite. Me chama que eu venho! 

 

Roberta: Muito legal esse papo com a Dani. ​As maiores instituições culturais do mundo nasceram e sobrevivem graças a doações de pessoas que entendem a sua importância. Mas isso não deve ser visto como uma ação apenas de uma elite financeira. Pelo contrário. 

 

Artur: Com certeza, Roberta. E também não precisa ser milionário pra adquirir um dos produtos que a Duda Schneider traz pra gente toda semana no quadro Merchan do Bem. Vamos ouvir a dica de hoje? 

 

Duda Schneider: Oi, gente! Eu sou a Duda Schneider e esse é mais um Merchan do Ben, e hoje eu trago a dica dos produtos da Insider, marca de roupas que tem como compromisso roupas sustentáveis e funcionais. Em conjunto com a Friday For Future Brasil, eles criaram dois modelos de camiseta que terão 100% da venda revertida para apoiar a campanha “Ajuda Pantanal”. 

 

Os modelos de camisetas são feitos a partir da viscose, matéria-prima proveniente de árvores de reflorestamento. Os designs estão disponíveis na tonalidade preta, com estampas minimalistas e o nome Pantanal escrito. Você pode garantir a sua camiseta na loja online da Insider no www.insiderstore.com.br. Espero que tenham gostado e até a próxima.

 

Roberta: Artur, nos últimos tempos a gente tem ouvido falar cada vez mais no Terceiro Setor sobre os fundos patrimoniais. Pra quem ainda não sabe, fundo patrimonial é um conjunto de ativos, financeiros ou não, constituído e administrado com a finalidade de gerar rendimentos a longo prazo. Esse é um modelo muito usado por instituições culturais internacionais pra se manter. É como se a sua instituição recebesse uma grande herança e vivesse só da renda desse dinheiro. Em outubro do ano passado, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o BNDES contrataram um consórcio formado pelo IDIS, PLKC Advogados e Levisky Legado para estruturar um fundo patrimonial para os museus nacionais. Uma lei de 2019 é que vai regular a arrecadação, a gestão e a distribuição dos recursos. Muito da pressa dessa aprovação veio da tragédia depois do Museu Nacional, que fez tanta gente se questionar: “Como assim não era possível? Como as coisas estão tão ruins e só dependiam de recursos públicos que não chegaram a tempo de manter o museu de pé?” 

 

Artur: E aí voltamos ao nosso ponto principal de toda semana. Porque boa parte dos recursos desse fundo deve vir de doações, de pessoas físicas ou jurídicas. 

 

O tema de ser importante doar para cultura X doar para causas emergenciais, fica bem mais fácil de resolver quando tem mais recursos. Se o bolo é maior fica mais fácil de repartir. Dividir é mais fácil do que fazer escolhas. O programa de hoje, pedindo uma licença para fazer uma piada aqui, quando a gente definiu a pauta, a primeira coisa que eu pensei foi no programa Choque de Cultura, saudoso, que começava todo programa falando “Você acha que a gente não vai falar de cultura? Pensou errado, otário!” É isso, a cultura é piada no Brasil e em outros países sofridos como o nosso. 

 

Não só pela questão da memória, no caso dos museus, mas a cultura também precisa ser vista como algo vivo e produtivo. Poucos sabem aqui, mas eu sou cineasta de formação e já trabalhei na área e, em um dado momento da vida, principalmente quando decidi ter filhos, vi que era uma vida sofrida demais para não conseguir me manter. Tenho minha ligação com a produção audiovisual, mas é muito difícil, não é tratado de forma séria, como negócio, não por parte dos produtores, mas pelas marcas e, principalmente, pelo Estado. Eles não entendem que muitas das produções culturais movimentam uma cadeia direta e indireta de impacto. É muito difícil tangibilizar que impacto que você gera na sociedade, mas eu tenho certeza absoluta que algo positivo é gerado a partir disso e isso vai reverter em criatividade, melhor gestão e em diversas coisas. Ou, por exemplo, um um longa-metragem que custa alguns milhões de reais para ser feito, mas emprega uma cadeia gigantesca de pessoas na produção e na distribuição depois. Dependendo do caminho que faz o filme, em quais canais ele vai chegar. Tem muitos outros negócios aí que recebem um dinheirão e que o dinheiro morre por ali, ninguém questiona isso.

 

Definitivamente não podemos viver sem arte, sem cultura e sem memória. Isso é a alma de um país que não sabe comemorar seu sucesso ou lembrar do seus fracassos para tentar não repeti-los, é uma nação sem nenhuma possibilidade de evolução. Vale sempre lembrar é que os recursos que são investidos nisso são baixíssimos comparados com os orçamentos que os estados têm. É um pinguinho do dinheiro que pingaria ali pra cultura e faria uma diferença enorme. 

 

Essa é uma discussão que a gente merece ter em outros episódios. Eu acho que, no Brasil, a gente vive, com o governo que a gente agora, desafortunadamente, um projeto muito claro de que para eles é muito oportuno que a gente não tenha memória. Não é um caso, mas sim, segundo o projeto deles, é um caso que deu certo. Acabar com o senso, acabar com com os museus, acabar com qualquer tipo de memória, não produzir crítica por meio da arte e da cultura, tá tudo dentro do projeto, a gente tem que se levantar contra isso porque a gente se beneficia de todas essas coisas.

 

Roberta: Muito bom, Arthur. São críticas e questões separadas, né? Queremos de um lado que mais pessoas doem entendendo o valor da cultura. Mas de outro isso não é dissociado de cobrar políticas públicas efetivas e com recursos para essas instituições e projetos continuem servindo a população e ao interesse da população.

 

E, eu acho que tem um paralelo com o próprio streaming. Durante o processo da pandemia, especialmente, a gente viu crescer os números dos assinantes dos diversos serviços. A gente paga no streaming porque a gente entende o valor do conteúdo que está sendo ali produzido. Da mesma maneira, você poderia se tornar um doador se você entender melhor o valor do conteúdo que essas instituições te proporcionam. E para isso é preciso frequentá-las. Não dá para falar de doar para cultura de uma maneira distante, a gente tem que doar para as causas e projetos que nos encantam, que são pertinentes com aquilo que a gente acredita e que desfrutamos de fato. Os que mexem com seu coração. 

 

Eu doei para o Museu da Pandemia e convido todos a fazerem o mesmo. É um projeto belíssimo e a pandemia é uma história que toca emocionalmente a todos nós, é um genocídio que todos testemunhamos, a maior crise humintária que veremos na nossa vída. Contar essa história é muito importante e a gente não pode deixar isso morrer, ser apagado e nem ser acobertado por fake news e por notícias bizarras mais recentes que fazem a gente até esquecer das manchetes de ontem. 

 

Por fim eu queria contar uma história pequenina sobre mim, mas é que é muito relevante. Quando o Museu Nacional pegou fogo ele apagou também uma parte da minha história. O meu avô, um antropólogo muito reconhecido no seu campo, foi diretor do Museu Nacional por muitos anos e eu passei muitos fins de semanas, férias e passeios da minha infância visitando o Museu Nacional, correndo por aqueles corredores. E, quando o meu avô morreu, muitos anos atrás, a biblioteca dele foi doada para o museu e sua sala reproduzida lá, ela foi queimada junto com o prédio e não sobrou nada. A nossa família quis doar a biblioteca justamente porque ele era apaixonado pelo museu, ele trabalhou por décadas lá, ensinando, pesquisando e viajando o Brasil para descobrir a cultura dos indígenas. Tudo isso se foi com o incêndio e assim se foi uma parte da minha família. E eu gostaria de ter sido doadora do museu. Se eu pudesse ter sido doadora antes, eu teria sido porque eu sabia a importância que o museu tinha para minha história.

 

Visite o museu mais perto de você. Leve seus filhos, talvez fazendo isso desde de criança  eles também se tornarão doadores do futuro. E doe para o Museu da Pandemia, está lá na Benfeitoria. 

 

Por hoje é isso pessoal, mas o papo, como sempre, continua nas nossas redes sociais. Segue a gente lá no Instagram, @institutomol, e no LinkedIn. Semana que vem a gente volta! Esse podcast é uma produção do Instituto MOL, com apoio do Movimento Bem Maior, da Morro do Conselho Participações e da Ambev, além da divulgação do Infomoney. Esse episódio teve produção da Mônica Herculano. O roteiro final e direção são de Ana Ju Rodrigues e Vanessa Henriques, arte da Glaucia Ribeiro, do Instituto MOL. As colunas são de Rafaela Carvalho e Duda Schneider, da Editora MOL. A edição de som é do Bicho de Goiaba Podcasts. Até mais!

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