{"id":1245,"date":"2021-11-17T12:05:50","date_gmt":"2021-11-17T15:05:50","guid":{"rendered":"https:\/\/institutomol.org.br\/?post_type=materia&p=1245"},"modified":"2021-11-17T12:05:50","modified_gmt":"2021-11-17T15:05:50","slug":"marcus-rashford-dolly-parton-e-percepcoes-publicas-da-filantropia","status":"publish","type":"materia","link":"https:\/\/institutomol.org.br\/en\/biblioteca\/marcus-rashford-dolly-parton-e-percepcoes-publicas-da-filantropia\/","title":{"rendered":"Marcus Rashford, Dolly Parton e Percep\u00e7\u00f5es P\u00fablicas da Filantropia"},"content":{"rendered":"

Sorry, this entry is only available in Portugu\u00eas<\/a>.<\/p>

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Por Rhodri Davies, Chefe de Pol\u00edtica da CAF*<\/a><\/em><\/p>\n

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Foi relatado essa semana que uma potencial vacina de Covid-19 com resultados iniciais de testes muito promissores foi financiada em parte por uma doa\u00e7\u00e3o de US$ 1 milh\u00e3o da lend\u00e1ria cantora country Dolly Parton. Essa not\u00edcia foi recebida com deleite pelos usu\u00e1rios de internet, que aproveitaram a oportunidade para criar uma s\u00e9rie de memes relacionados a Parton pelo Twitter e outras plataformas (\u201cVacina, vacina, vacina, vaaacina\u201d no ritmo de \u201cJolene\u201d; \u201cit\u2019s working 9 tee 5 (per cent)\u201d etc).<\/p>\n

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O que pode ter atingido observadores experientes da filantropia, por\u00e9m, foi a falta de crueldade ou cr\u00edtica direcionados a Parton. A resposta do p\u00fablico parecia sugerir que sua doa\u00e7\u00e3o foi vista somente como algo diretamente bom; e considerando que os \u00faltimos anos viram uma tend\u00eancia crescente de cr\u00edticas \u00e0 filantropia (algumas justificadas, outras nem tanto), isso parece digno de nota.<\/p>\n

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A hist\u00f3ria de Dolly Parton vem no encal\u00e7o de outro exemplo de filantropia de celebridade que recebeu uma resposta, em grande parte, positiva do p\u00fablico aqui no Reino Unido: a campanha liderada pelo jogador de futebol da Premier League, Marcus Rashford, para garantir a continua\u00e7\u00e3o das refei\u00e7\u00f5es escolares gratuitas durante os feriados escolares para as crian\u00e7as eleg\u00edveis.<\/p>\n

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Isso levanta algumas quest\u00f5es interessantes. O que h\u00e1 na filantropia de Rashford e Parton que pode ajudar a explicar essa recep\u00e7\u00e3o positiva? Se h\u00e1 caracter\u00edsticas particulares que s\u00e3o vistas como positivas pelo p\u00fablico, elas s\u00e3o iguais em ambos os casos ou diferentes? E o que outros podem aprender sobre como fazer filantropia ou como se comunicar sobre isso melhor?<\/p>\n

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Abordagem \u00e0 filantropia<\/strong><\/p>\n

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A primeira coisa a ser dita \u00e9 que, enquanto podem existir similaridades interessantes entre as duas hist\u00f3rias, a abordagem \u00e0 filantropia em cada caso \u00e9 marcadamente diferente. A filantropia de Rashford (at\u00e9 o momento, pelo menos) \u00e9 centrada principalmente em seu envolvimento pessoal direto em uma campanha de causa \u00fanica (altamente eficaz); e enquanto ele pode ter feito tamb\u00e9m contribui\u00e7\u00f5es financeiras, esse n\u00e3o tem sido o foco da aten\u00e7\u00e3o. Por outro lado, a filantropia de Parton \u00e9 distribu\u00edda de modo mais amplo (o que n\u00e3o \u00e9 surpreendente, visto que ela tem feito isso h\u00e1 muito mais tempo que Rashford) e tem um foco financeiro mais tradicional (incluindo uma funda\u00e7\u00e3o que concede bolsas, a Funda\u00e7\u00e3o Dollywood).<\/p>\n

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Humildade<\/strong><\/p>\n

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Mas o que ambos compartilham \u00e9 uma aparente relut\u00e2ncia em se posicionar no centro da hist\u00f3ria e, em vez disso, um desejo de enfatizar a contribui\u00e7\u00e3o de outros. Um tu\u00edte recente de Rashford, por exemplo, dizia \u201cAos ativistas, trabalhadores beneficentes, volunt\u00e1rios, professores, cuidadores, trabalhadores chave que lutaram por esse n\u00edvel de progresso h\u00e1 anos, obrigado. Essa vit\u00f3ria \u00e9 SUA. Nunca subestime o papel que voc\u00eas tiveram. Fico apenas honrado em estar nessa jornada com voc\u00eas.\u201d Enquanto isso, Parton disse em uma entrevista ao The One Show da BBC: \u201cTenho certeza de que muitos milh\u00f5es de d\u00f3lares de muitas pessoas entraram nesse fundo da vacina… Mas eu me senti t\u00e3o orgulhosa de ter sido parte daquele pequeno dinheiro inicial que, espero, crescer\u00e1 para algo grande e ajudar\u00e1 a curar esse mundo.\u201d<\/p>\n

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Esse elemento de humildade \u2014 a disposi\u00e7\u00e3o de reconhecer que eles s\u00e3o apenas uma parte pequena de algo maior \u2014 \u00e9 uma caracter\u00edstica atraente das abordagens tanto de Rashford quanto de Parton. Vai de encontro ao arqu\u00e9tipo do \u201cfilantropo salvador solit\u00e1rio\u201d que dominou com grandes doa\u00e7\u00f5es de dinheiro no passado, enquanto donat\u00e1rios (normalmente homens, deve ser dito) t\u00eam visto sua filantropia, em grande parte, como mais um meio pelo qual provar o seu pr\u00f3prio esplendor. Esse tipo de \u201cego de financiador\u201d leva a uma \u00eanfase exagerada em ser capaz de atribuir o sucesso a uma \u00fanica fonte (ou pelo menos reivindicar a atribui\u00e7\u00e3o), e apresenta barreiras para a colabora\u00e7\u00e3o e a parceria. Talvez, a li\u00e7\u00e3o positiva mais \u00fatil que podemos extrair de ambos os exemplos \u00e9 que colocar o ego de lado e fazer filantropia de modo mais colaborativo n\u00e3o \u00e9 apenas bom por si s\u00f3, mas tamb\u00e9m parece ser bem recebido por muitos que est\u00e3o observando.<\/p>\n

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Construindo o apoio de base<\/strong><\/p>\n

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Ligado a isso h\u00e1 outra coisa que podemos aprender com os esfor\u00e7os de campanha recentes de Marcus Rashford: movimentar-se al\u00e9m de colabora\u00e7\u00f5es com outros filantropos e organiza\u00e7\u00f5es da sociedade civil e se esfor\u00e7ar para desenvolver apoio de base com amplo alcance \u00e9 muito poderoso em garantir legitimidade filantr\u00f3pica e licen\u00e7a para operar. Uma das grandes vantagens da filantropia ao longo da hist\u00f3ria tem sido sua capacidade \u2014 por meio da defesa e dos esfor\u00e7os de campanha \u2014 de desafiar o status quo<\/em> e impulsionar a transforma\u00e7\u00e3o. Mas isso nunca \u00e9 alcan\u00e7ado em isolamento: sempre \u00e9 vital construir apoio p\u00fablico para a causa e, ao fazer isso, levar das margens para o mainstream. Isso n\u00e3o apenas amplifica a press\u00e3o naqueles que est\u00e3o no poder (como Rashford fez de modo t\u00e3o brilhante); tamb\u00e9m dificulta bastante que eles caracterizem a campanha como simplesmente a cruzada de uma \u00fanica pessoa, ou acusem que, ao desafiar as pol\u00edticas estabelecidas por um governo eleito, o filantropo est\u00e1 agindo de modo antidemocr\u00e1tico. \u00c9 por isso que, como o historiador Hugh Cunningham diz, \u201ca reforma costuma ser entendida como algo que \u00e9 o resultado da agita\u00e7\u00e3o p\u00fablica contra um governo, na melhor das hip\u00f3teses, relutante\u201d.<\/p>\n

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Caridade ou justi\u00e7a?<\/strong><\/p>\n

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Outra caracter\u00edstica importante da filantropia de Marcus Rashford \u00e9 a natureza do que ele est\u00e1 fazendo na campanha. Ao defender que o governo estenda as provis\u00f5es de refei\u00e7\u00f5es escolares gratuitas pra crian\u00e7as eleg\u00edveis, ele n\u00e3o est\u00e1 dizendo que elas sejam oferecidas como um presente ou um ato de caridade; em vez disso, ele est\u00e1 fazendo uma reivindica\u00e7\u00e3o de justi\u00e7a \u2014 que elas tenham o direito de esperar esse apoio como parte do contrato social maior e que o governo deveria reconhecer essa reivindica\u00e7\u00e3o e agir de acordo.<\/p>\n

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Isso chega ao cora\u00e7\u00e3o de uma quest\u00e3o absolutamente fundamental: como a caridade se relaciona com a justi\u00e7a? As duas s\u00e3o complementares ou est\u00e3o em posi\u00e7\u00f5es opostas? Essa \u00e9 uma quest\u00e3o que tem ocupado a mente de muitos pensadores e praticantes ao longo da hist\u00f3ria, desde o grito de guerra da pioneira escritora feminista do s\u00e9culo XVIII, Mary Wollstonecraft, de que \u201c\u00e9 justi\u00e7a, n\u00e3o caridade, que est\u00e1 em falta no mundo\u201d, \u00e0 lembran\u00e7a de Martin Luther King de que \u201cenquanto a filantropia pode ser louv\u00e1vel, n\u00e3o deve fazer com que o filantropo ignore as circunst\u00e2ncias da injusti\u00e7a econ\u00f4mica que torna a filantropia necess\u00e1ria\u201d.<\/p>\n

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Essa \u00e9 uma quest\u00e3o que est\u00e1 mais uma vez em primeiro plano no debate. A proemin\u00eancia recente de movimentos sociais como Black Lives Matter ou Extinction Rebellion e suas reivindica\u00e7\u00f5es por justi\u00e7a racial e ambiental levou cr\u00edticos a questionar se abordagens tradicionais de caridade ou filantropia se tornaram, em alguns casos, parte do problema ao desviar a aten\u00e7\u00e3o das reivindica\u00e7\u00f5es de justi\u00e7a por meio da promo\u00e7\u00e3o de narrativas de caridade. Tem acontecido muita introspec\u00e7\u00e3o dentro do mundo da filantropia como resultado disso, e chamados de vozes proeminentes para<\/p>\n

uma transforma\u00e7\u00e3o \u2014 como a s\u00faplica do CEO da Ford Foundation, Darren Walker, para mudar \u201cda generosidade \u00e0 justi\u00e7a\u201d (a qual eu observei em uma resenha do livro de Walker para DAFNE no ano passado).<\/p>\n

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Dito isso, Marcus Rashford provavelmente n\u00e3o est\u00e1 pensando como sua pr\u00f3pria campanha por refei\u00e7\u00f5es escolares gratuitas se encaixa nesse contexto maior; mas para qualquer pessoa interessada nas tend\u00eancias mais amplas que afetam a filantropia, o fato de que isso influencia e parece ser visto de modo positivo \u00e9 digno de nota.<\/p>\n

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Inova\u00e7\u00e3o e tomada de riscos<\/strong><\/p>\n

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A filantropia de Dolly Parton (pelo menos nesse caso) diz menos sobre justi\u00e7a, mas destaca outro tema importante na filantropia. Ao usar sua concess\u00e3o de bolsas para apoiar a pesquisa e o desenvolvimento, que \u00e9 uma empreitada inerentemente repleta de riscos, ela estava demonstrando o valor da capacidade da filantropia de assumir riscos e, portanto, impulsionar a inova\u00e7\u00e3o. Isso \u00e9 algo que h\u00e1 muito tempo \u00e9 apresentado em primeiro plano como uma virtude chave da filantropia e muitas vezes usado para contrastar com as limita\u00e7\u00f5es do governo. William Beveridge argumentou em seu livro de 1948, Voluntary Action<\/em>, por exemplo, que \u201cA capacidade de A\u00e7\u00e3o Volunt\u00e1ria inspirada pela filantropia para fazer coisas novas est\u00e1 al\u00e9m de questionamento. A A\u00e7\u00e3o Volunt\u00e1ria \u00e9 necess\u00e1ria para fazer as coisas que o Estado n\u00e3o poderia… \u00c9 necess\u00e1ria para fazer as coisas que o Estado provavelmente n\u00e3o far\u00e1. \u00c9 necess\u00e1ria para ser pioneira \u00e0 frente do Estado e fazer experimentos. \u00c9 necess\u00e1ria para realizar servi\u00e7os que n\u00e3o podem ser adquiridos por meio da compra.\u201d<\/p>\n

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A fala de Parton sobre \u201cdinheiro inicial que, espero, crescer\u00e1 para algo grande e ajudar\u00e1 a curar esse mundo\u201d se encaixa claramente nessa tradi\u00e7\u00e3o. E talvez isso seja parte da explica\u00e7\u00e3o para sua doa\u00e7\u00e3o ter sido vista positivamente: uma sensa\u00e7\u00e3o de que ela est\u00e1 \u201cusando sua doa\u00e7\u00e3o de modo apropriado\u201d para apoiar algo arriscado, mas com o potencial de benef\u00edcios sociais significativos se for bem-sucedido.<\/p>\n

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Envolvimento pessoal e comprometimento<\/strong><\/p>\n

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Outra coisa que une a abordagem de Rashford e Parton \u00e0 filantropia \u00e9 um sentido claro de comprometimento e envolvimento pessoal. No caso de Parton, ela tem um longo hist\u00f3rico de doar ao longo de muitos anos \u2014 incluindo sua iniciativa \u201cImagination Library\u201d que tem fornecido livros de gra\u00e7a para crian\u00e7as em idade pr\u00e9-escolar desde 1995 (primeiro apenas nos EUA, mas em seguida se expandiu para o Canad\u00e1, o Reino Unido, a Austr\u00e1lia e a Irlanda) \u2014 e est\u00e1 obviamente muito engajada com muitos dos projetos financiados por ela. Marcus Rashford obviamente esteve envolvido com a filantropia h\u00e1 menos tempo, mas j\u00e1 demonstrou o mesmo tipo de engajamento, e isso certamente ajudou em termos das pessoas levarem seus esfor\u00e7os a s\u00e9rio e n\u00e3o questionarem seus motivos.<\/p>\n

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\u00c9 claro que sempre h\u00e1 os c\u00ednicos e Rashford foi acusado por alguns de fazer \u201csinaliza\u00e7\u00e3o de virtude\u201d ou se engajar em uma \u201cjogada de rela\u00e7\u00f5es p\u00fablicas\u201d. Mas \u00e9 dif\u00edcil enxergar quais s\u00e3o as bases dessas acusa\u00e7\u00f5es, dado que Rashford n\u00e3o parece particularmente necessitado de boa publicidade adicional (de fato, eu diria, como um f\u00e3 do Liverpool, que sua carreira futebol\u00edstica est\u00e1 indo perturbadoramente bem, para ser honesto…). Al\u00e9m do mais, em termos dos riscos pol\u00edticos e pessoais que ele est\u00e1 tomando, parece que seria muito mais f\u00e1cil para ele N\u00c3O fazer o que est\u00e1 fazendo.<\/p>\n

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O impacto de ser percebido como aut\u00eantico e comprometido como um filantropo \u00e9, mais uma vez, algo que tem ecos hist\u00f3ricos. De fato, o autor Paul Vallely argumentou recentemente em seu novo livro \u201cPhilanthropy: From Aristotle to Zuckerberg\u201d que celebridades ativistas como Marcus Rashford ou Bob Geldof est\u00e3o seguindo o modelo estabelecido pela primeira pessoa a ser chamada de \u201cfilantropa\u201d no sentido moderno, o reformador prisional John Howard (como discuti com Paul em um epis\u00f3dio recente do podcast Giving Thought). Howard foi um homem mesquinho e um tanto quanto dif\u00edcil, mas gra\u00e7as ao seu n\u00edvel de comprometimento ele desenvolveu uma reputa\u00e7\u00e3o e posi\u00e7\u00e3o como filantropo que \u00e9 basicamente sem paralelos antes ou depois. Tanto \u00e9 assim que, mesmo ap\u00f3s 70 anos de sua morte, o jornal The Times<\/em> ainda estava usando o exemplo de Howard para criticar filantropos contempor\u00e2neos por sua falta de comprometimento:<\/p>\n

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\u201cJohn Howard, como um ap\u00f3stolo das antigas, foi a lugares e se misturou \u00e0s pessoas que ele desejava reformar, e ele teve sua recompensa em uma cova precoce e a admira\u00e7\u00e3o do mundo. Mas a filantropia moderna n\u00e3o corre esses riscos e dificilmente causar\u00e1 uma gratid\u00e3o do tipo.\u201d<\/p>\n

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A li\u00e7\u00e3o, talvez, para outros doadores \u00e9 que o p\u00fablico aprecia a autenticidade e isso n\u00e3o pode ser fingido. \u00c9 uma quest\u00e3o de ter convic\u00e7\u00f5es e valores e se envolver por meio da filantropia de modo que claramente reflita isso.<\/p>\n

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Hist\u00f3rias pessoais<\/strong><\/p>\n

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A aparente autenticidade de Marcus Rashford e Dolly Parton quando o assunto \u00e9 filantropia pode vir, em parte, de quem eles s\u00e3o como pessoas. Ambos, por exemplo, falaram abertamente sobre suas pr\u00f3prias experi\u00eancias com a pobreza na inf\u00e2ncia. Rashford cresceu em uma casa com m\u00e3e solo e cita sua pr\u00f3pria experi\u00eancia de \u201csaber como \u00e9 passar fome\u201d para explicar o que o impulsionou a fazer a campanha pelas refei\u00e7\u00f5es escolares gratuitas. Parton, por sua vez, descreveu sua cria\u00e7\u00e3o como uma de doze crian\u00e7as que eram \u201cpobretonas\u201d e citou o exemplo do pr\u00f3prio pai, que n\u00e3o podia ler ou escrever, mas sempre a encorajava, como um impulso essencial por tr\u00e1s do seu foco na alfabetiza\u00e7\u00e3o de crian\u00e7as. A conex\u00e3o pessoal a uma causa costuma ser um dos impulsos chave da filantropia, mas nesses exemplos a conex\u00e3o \u00e9 particularmente visceral e f\u00e1cil para as pessoas entenderem e isso pode ajudar a explicar por que h\u00e1 menos cinismo do que ver\u00edamos de outra maneira.<\/p>\n

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A natureza da riqueza<\/strong><\/p>\n

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Marcus Rashford e Dolly Parton claramente deixaram suas inf\u00e2ncias de pobreza para tr\u00e1s e se tornaram ricos (apesar de ela certamente estar \u00e0 frente nesse quesito!). Por\u00e9m, a natureza de sua riqueza \u2014 em termos de quanto dinheiro eles t\u00eam e como o adquiriram \u2014 tamb\u00e9m pode ser relevante. Por exemplo, enquanto ambos s\u00e3o claramente ricos, talvez n\u00e3o sejam astronomicamente ricos de modo que seja dif\u00edcil para as pessoas abarcarem a ideia. O n\u00edvel de riqueza de um jogador de futebol da Premier League est\u00e1 claramente acima do que muitos de n\u00f3s jamais ganharemos, mas talvez n\u00e3o esteja t\u00e3o acima do que podemos visualizar? (Mesmo que n\u00e3o esperemos alcan\u00e7ar isso por meio da destreza esportiva…). Isso \u00e9 algo que vem de pesquisas: um relat\u00f3rio do Trust for London sobre percep\u00e7\u00f5es de riqueza em Londres, por exemplo, descobriu que as pessoas fizeram uma distin\u00e7\u00e3o entre a riqueza \u201caspiracional\u201d e \u201cinalcan\u00e7\u00e1vel\u201d \u2014 com um participante do grupo de foco relatando que \u201cas pessoas falam \u2018Eu quero ser um milion\u00e1rio\u2019, n\u00e3o falam sobre querer ser um bilion\u00e1rio\u201d.<\/p>\n

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O modo pelo qual Rashford e Parton se tornaram ricos tamb\u00e9m \u00e9 digno de nota. Por um lado, \u00e9 pass\u00edvel de compreens\u00e3o: as pessoas entendem o que significa ser bem-sucedida como uma cantora ou um jogador de futebol e por que isso pode deix\u00e1-lo rico, de um jeito que a maioria das pessoas (eu sugeriria) n\u00e3o entende o que significa se tornar um bilion\u00e1rio atrav\u00e9s de arbitragem de t\u00edtulos convers\u00edveis ou mesmo ao administrar uma empresa de tecnologia. E talvez esses tamb\u00e9m sejam vistos como modos mais \u201cleg\u00edtimos\u201d de ficar rico, o que tamb\u00e9m \u00e9 importante. Uma pesquisa da Tax Justice do Reino Unido relatou que as pessoas fazem uma clara distin\u00e7\u00e3o entre pessoas ricas \u201cmerecedoras\u201d e \u201cn\u00e3o merecedoras\u201d (do mesmo modo que h\u00e1 distin\u00e7\u00f5es hist\u00f3ricas similares entre pobres merecedores e n\u00e3o merecedores) e que isso tem um impacto grande em como essas pessoas ricas s\u00e3o vistas. Em estudos, as pessoas costumam ser muito relutantes em criticar a riqueza em geral, mas ficam mais felizes em ser cru\u00e9is com aqueles que elas acham que n\u00e3o \u201cmereceram\u201d ou que se comportaram de modo irrespons\u00e1vel depois de enriquecer (nomes como Mike Ashley e Paris Hilton aparecem com frequ\u00eancia).<\/p>\n

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Um fator complicador nesse cen\u00e1rio \u00e9 que os jogadores de futebol costumam ser citados como um exemplo primordial de riqueza n\u00e3o merecida, mas talvez isso seja mais um reflexo do hist\u00f3rico que eles t\u00eam como um grupo em termos de comportamento ao inv\u00e9s disso ser visto como um modo fundamentalmente injustific\u00e1vel de fazer dinheiro. De qualquer maneira, quando falamos de Marcus Rashford, esses tipos de percep\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m podem ser temperadas pelo fato de que ele est\u00e1 claramente usando sua posi\u00e7\u00e3o para ajudar os outros por meio de suas campanhas e com o conhecimento de ter um passado de pobreza, porque as pessoas tendem a enxergar ricos que s\u00e3o considerados \u201csocialmente m\u00f3veis\u201d de um jeito mais positivo. (A pesquisa previamente citada do Trust for London descobriu que figuras como Oprah Winfrey, JK Rowling e Alan Sugar eram exemplos disso, j\u00e1 que as pessoas costumavam ter uma sensa\u00e7\u00e3o de que eles eram \u201cmais merecedores porque haviam trabalhado duro pelo dinheiro\u201d).<\/p>\n

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Se o conhecimento das ra\u00edzes humildes de um indiv\u00edduo exerce um papel na cria\u00e7\u00e3o de vis\u00f5es mais positivas de sua riqueza (e filantropia), ent\u00e3o o fato de que Marcus Rashford \u00e9 um atleta e Dolly Parton uma m\u00fasica (assim como uma excelente mulher de neg\u00f3cios) pode ser significativo. Essas duas \u00e1reas s\u00e3o historicamente aquelas nas quais pessoas com passados de pobreza ou menos privilegiados podem encontrar o sucesso e a riqueza, ent\u00e3o, quando o assunto \u00e9 filantropia, pode ser mais prov\u00e1vel que doadores com carreiras esportivas ou musicais sejam vistos de maneira positiva pelo p\u00fablico e tamb\u00e9m \u00e9 mais prov\u00e1vel que eles tenham experi\u00eancias pessoais com a pobreza que podem moldar suas doa\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

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Status de forasteiro?<\/strong><\/p>\n

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Outra quest\u00e3o interessante \u00e9 se Dolly Parton e Marcus Rashford ainda s\u00e3o percebidos como forasteiros em algum sentido? Apesar de ambos serem proeminentes e bem-sucedidos em suas \u00e1reas de escolha, como uma mulher e um rapaz negro eles enfrentaram \u2014 e continuam a enfrentar \u2014 obst\u00e1culos e desafios que outras pessoas ricas simplesmente n\u00e3o precisam lidar. Isso pode fazer com que eles pare\u00e7am menos parte da classe dominante ou da elite, dando a eles um tipo de status de oprimido que os faz am\u00e1veis aos olhos do p\u00fablico. Ent\u00e3o, as pessoas podem apreciar particularmente quando eles s\u00e3o capazes de usar o poder que t\u00eam por meio da celebridade e da riqueza para sacudir aqueles que s\u00e3o vistos como parte da elite.<\/p>\n

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No caso de Parton, ela falou muitas vezes sobre como ela usa sua imagem e persona deliberadamente para fazer as pessoas (principalmente homens, deve ser dito) a subestimarem \u2014 normalmente para detrimento deles. Como ela diz \u201cEu me pare\u00e7o com uma mulher, mas penso como um homem. Fiz neg\u00f3cios com homens que pensam que sou t\u00e3o boba quanto aparento. Quando eles percebem que n\u00e3o sou, eu j\u00e1 consegui o dinheiro e fui embora.\u201d (O que \u00e9 empoderador, se voc\u00ea ignorar o quanto \u00e9 deprimente a ideia de que uma mulher deveria sentir a necessidade de \u201cpensar como um homem\u201d). Rashford, por sua vez, ganhou muitos admiradores por causa de suas vit\u00f3rias articuladas e educadas em cima de uma s\u00e9rie de comentadores que tentaram diminu\u00ed-lo e \u201ccorrigi-lo\u201d quanto ao assunto da pobreza alimentar de crian\u00e7as nas redes sociais.<\/p>\n

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Esses exemplos tamb\u00e9m dizem respeito a algo que pode ajudar a explicar por que um exemplo em particular de filantropia tem apelo popular: ele bagun\u00e7a com as expectativas de um jeito que as pessoas gostam. No caso de Parton, usu\u00e1rios de redes sociais e outros claramente se deleitaram na disson\u00e2ncia cognitiva que veio de sobrepor seu nome aparecendo em um artigo de pesquisa cient\u00edfica sobre vacinas e sua persona deliberadamente kitsch. No caso de Rashford, sua humildade, comprometimento e articula\u00e7\u00e3o no trabalho de campanha contrastam duramente com o estere\u00f3tipo estabelecido de jovens jogadores de futebol materialistas e ego\u00edstas (o que pode ser injusto em muitos outros casos tamb\u00e9m, mas definitivamente \u00e9 um clich\u00ea).<\/p>\n

 <\/p>\n

Conclus\u00e3o<\/strong><\/p>\n

 <\/p>\n

Tem sido interessante e, de muitas maneiras, encorajador no contexto de tantas cr\u00edticas \u00e0 filantropia ao longo dos \u00faltimos anos, ver essas duas hist\u00f3rias positivas emergirem recentemente. Ao observar as similaridades e diferen\u00e7as entre elas e como elas se encaixam no contexto maior, podemos talvez absorver algo sobre o que tem mais chances de atrair o apoio popular e a opini\u00e3o p\u00fablica favor\u00e1vel para exemplos de filantropia no futuro. Claro, nem todas as caracter\u00edsticas que identificamos aqui s\u00e3o aplic\u00e1veis (e voc\u00ea pode pensar que algumas s\u00e3o um pouco distantes!), mas definitivamente h\u00e1 li\u00e7\u00f5es que podemos aprender.<\/p>\n

 <\/p>\n

*Texto publicado originalmente no blog Giving Thought, da CAF America, em 20 de novembro de 2020. \u00cdntegra (em ingl\u00eas) aqui<\/a>.\u00a0<\/em><\/strong><\/p>","protected":false},"author":2,"featured_media":1281,"parent":0,"menu_order":32,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"_mi_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0},"tipo_materia":[25],"assunto_materia":[55,45],"acf":[],"yoast_head":"\nMarcus Rashford, Dolly Parton e Percep\u00e7\u00f5es P\u00fablicas da Filantropia - Instituto MOL<\/title>\n<meta name=\"robots\" content=\"index, follow, max-snippet:-1, max-image-preview:large, max-video-preview:-1\" \/>\n<link rel=\"canonical\" href=\"https:\/\/institutomol.org.br\/en\/biblioteca\/marcus-rashford-dolly-parton-e-percepcoes-publicas-da-filantropia\/\" \/>\n<meta property=\"og:locale\" content=\"en_US\" \/>\n<meta property=\"og:type\" content=\"article\" \/>\n<meta property=\"og:title\" content=\"Marcus Rashford, Dolly Parton e Percep\u00e7\u00f5es P\u00fablicas da Filantropia - Instituto MOL\" \/>\n<meta property=\"og:description\" content=\"Sorry, this entry is only available in Portugu\u00eas. 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